Cronologias

Primeira apresentação no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, da ópera Porgy and Bess, de George Gershwin.

O diário Novidades, propriedade do episcopado, classifica em editorial os responsáveis pela vigília do Rato de «atrevidos» movidos por campanhas ideológicas «contra a nossa presença em África».

A administração da Graham-Fábrica de Papel da Abelheira, em São Julião do Tojal, pertencente ao grupo Champalimaud, comunica que se vê obrigada a encerrar por dificuldades financeiras, deixando 400 trabalhadores no desemprego. Estes continuarão a comparecer na empresa para defesa dos seus postos de trabalho.

Um concerto de Elvis Presley no Havai é o primeiro espetáculo de entretenimento a ser mundialmente televisionado, sendo visto por mais telespectadores do que a aterragem na Lua.

Comunicação ao país de Marcelo Caetano pela rádio e pela RTP. Numa clara referência aos incidentes na Capela do Rato, afirma «Parece que há cristão com problemas de consciência por causa do Ultramar. Preocupados com a salvação das suas almas. Pondo as mãos em atitudes devotas ou espetando o dedo a proferir sentenças de moral».

Francisco Sá Carneiro interpela o Governo na Assembleia Nacional sobre a atuação da polícia no decurso da vigília da Capela do Rato, reclamando o apuramento de responsabilidades. A 23 de janeiro o deputado João Pedro Miller Guerra afirma que «a liberdade religiosa entre nós é pura e simplesmente uma ficção». Os discursos causam forte polémica conduzindo a réplicas acesas por parte dos deputados «ultra». Vários funcionários públicos envolvidos no episódio da Capela do Rato serão demitidos ainda no início de 1973.

A LUAR anuncia em comunicado a prisão, em França, de Hermínio da Palma Inácio. A PIDE/DGS requereu a sua extradição, mas Palma Inácio será libertado em fevereiro. As autoridades francesas alegaram insuficiência de provas.

O Decreto-lei n.º 18/73 cria a categoria de vigilante no quadro do pessoal auxiliar dos estabelecimentos de ensino superior com vista a reforçar os mecanismos de vigilância política e controlo policial. Sob pressão dos estudantes e professores, em maio do mesmo ano, o ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão, reduz a presença de vigilantes nas universidades.

Amílcar Cabral, fundador e dirigente do PAIGC, é assassinado em Conacri, por guineenses dissidentes do PAIGC, em circunstâncias ainda hoje por apurar. O Governo português atribuiu a responsabilidade ao Presidente da Guiné-Conacri, Ahmed Sékou Touré, enquanto o PAIGC acusou a PIDE/DGS e o governador da Guiné, António de Spínola.