Curiosidades sobre o país mais envelhecido do mundo
O Japão lidera o ‘ranking’ das nações mais envelhecidas do mundo. Segundo as Nações Unidas, um em cada três japoneses tem hoje mais de 60 anos e este número não parará de crescer. Num país a encolher com a falta de nascimentos, a população idosa tem lentamente revolucionado a organização social e o dia-a-dia dos nipónicos.
1. Médicos querem alterar a definição de velhice:
A proposta chega da classe médica: a Sociedade Geriátrica e a Sociedade Gerontologia japonesas querem alargar para os 75 anos a idade em que um cidadão é considerado sénior. Os especialistas defendem que as pessoas entre os 65 e os 74 anos devem ser consideradas pré-idosas, respondendo ao aumento da esperança de vida da população e às mudanças sociais, permitindo-lhes a liberdade de continuarem a trabalhar se assim o desejarem. Sem conseguir rejuvenescer a sociedade nipónica, adiar a idade da reforma pode ser uma forma de lidar com o envelhecimento
2. Criminosos seniores já ultrapassam os delinquentes juvenis
As autoridades policiais japonesas estão a tentar combater a crescente onda de reformados que fazem roubos e assaltos. Desde 2015 que os crimes cometidos por pessoas com mais de 65 anos, ultrapassam os praticados por jovens dos 14 aos 19 anos. E nas cadeias a população idosa não tem parado de aumentar. Vários peritos atribuem o aumento destes crimes a problemas sociais: não apenas a situações de pobreza, mas também ao facto de os mais velhos verem no crime uma forma de prevenir o futuro e de sobreviverem sem mexerem nas poupanças.
3.Testes cognitivos e descontos para tirar os idosos das estradas
Os acidentes provocados por idosos ao volante são um problema grave no Japão. Um levantamento das autoridades nacionais revelou que 13% dos acidentes rodoviários fatais são causados por condutores com 75 ou mais anos. Em Março, o país apertou a legislação para reduzir este risco: todos os condutores diagnosticados com demências ficam com carta suspensa e todos aqueles que renovam a carta de condução são sujeitos a testes de funções cognitivas e podem ter de fazer exames médicos para comprovar que estão aptos a guiar. Além disso, o sector privado e municipal tem adoptado múltiplas estratégias para retirar das estradas os condutores mais velhos: na cidade de Tokorozawa os idosos que entregarem a carta de condução recebem um ano de viagens grátis nos autocarros municipais e descontos em lojas ou serviços, desde cadeias pastelarias ou a serviços de táxis.
4.Bonecos de peluche e robôs “bebés” para combater a solidão
Os bonecos de peluche falantes tornaram-se um sucesso como forma de combater a solidão entre os mais velhos, muitos deles a viverem sozinhos. Várias empresas no país têm lançado no mercado bonecas que falam, conseguem responder a algumas perguntas e que até chamam o proprietário pelo nome. Há também um bebé robô, feito de plástico e silicone, programado para chorar e que ri quando lhe pegam ao colo. Foi lançado no mercado pela empresa Togo Seisakusyo, para que os idosos tenham um objectivo no dia-a-dia: cuidar do seu robô. Outros bonecos robotizados incluem animais de estimação e até uma cria de foca, chamada PARO, considerada “o robô mais terapêutico do mundo” pelo Guiness, em 2008.
5. Códigos de barra para ajudar idosos perdidos
Um sistema de identificação colocado na ponta dos dedos tem ajudado as autoridades japonesas da cidade de Iruma, a norte de Tóquio, a lidarem com um problema crescente: o de idosos com demências perdidos na rua, que não conseguem voltar para casa. As etiquetas quadradas, de um centímetro, podem ser coladas nas unhas dos dedos das mãos ou dos pés e são resistentes á água. Cada etiqueta contém um código de barras único, que identifica o utilizador. A leitura do código dá às autoridades e aos serviços sociais não só o nome e morada do utilizador, mas também os contactos de familiares e outras informações consideradas importantes.
No Japão, onde se calcula que pelo menos cinco milhões de idosos sofram de doenças como Alzheimer ou Parkinson, há outros sistemas de localização de pessoas como etiquetas coladas na roupa ou sapatos que têm a sola equipada com GPS, que emite um alerta sempre que o utilizador se afasta de uma área geográfica pré-definida.
O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor