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Os trabalhos de casa fazem a diferença?

Os resultados escolares não dependem apenas dos professores, pais e infra-estruturas. O impacto do esforço e características dos alunos também conta, como se mostra no oitavo encontro aQeduto.
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Os trabalhos de casa propriamente ditos não parecem ter um impacto extraordinário. Mas o esforço e dedicação dos alunos, no geral, são aparentemente características importantes, com uma influência considerável nos resultados escolares.

Pelo menos, é isso que sugerem os dados do aQeduto. Os dados já estão disponíveis na página do oitavo encontro deste projecto, dedicado à análise dos resultados escolares. E, apesar de já terem sido discutidos ontem no Conselho Nacional de Educação (saibam mais aqui), vale a pena voltar ao tema e partilhar alguns números nesta plataforma. 

Primeiro, o resultado da análise das horas dedicadas aos trabalhos de casa. Portugal está abaixo da média, embora não apareça propriamente nos últimos lugares do ranking. Mas essa é apenas uma curiosidade lateral. A parte mais importante está no quadro global: mais horas a fazer trabalhos de casa não parecem estar relacionadas com melhores resultados escolares. 

O que não significa que o esforço não interesse. A equipa do aQeduto comparou também os resultados escolares com um índice de perseverança, e concluiu que esta característica está associada a melhores notas. A associação constata-se tanto nos alunos de classes sociais mais favorecidas como nos alunos com menos meios. O esforço compensa - mesmo que esse esforço não se traduza necessariamente em mais horas a fazer trabalho de casa. 

Uma curiosidade adicional é que os próprios alunos parecem estar cientes desta relação entre esforço e desempenho. A percentagem de alunos que afirma concordar com a afirmação "com esforço posso ser bem sucedido" oscila, no caso português, entre os 40 e os 60% - o valor exacto depende do grupo de alunos considerado. 

Na verdade, entre 40 e 50% dos alunos que responderam ao inquérito afirmaram mesmo acreditar que o sucesso depende única e exclusivamente deles (o que será talvez uma afirmação exagerada, tendo em conta tudo o que se sabe acerca da importância de factores exógenos na determinação das notas). 

Este foi o oitavo encontro do projecto. Os restantes versaram sobre temas tão diferentes como o impacto do ambiente familiar nos resultados, a importância do pré-escolar ou as diferenças entre escola pública e privada. Podem saber mais através dos links seguintes:

aQeduto 1: Educação e economia, quem vai à frente?

aQeduto 3: Pais e filhos, a história repete-se?

aQeduto 4: o Pré-escolar faz a diferença?

aQeduto 5: O que faz uma boa escola?

aQeduto 6: Bons ambientes, bons alunos?

aQeduto 7: Público ou Privado, há um modelo perfeito?

O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor

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Portuguese, Portugal