Desigualdade nos gastos com saúde: reflexo de uma sociedade assimétrica
No universo das despesas em saúde, a distribuição dos gastos é um espelho das disparidades existentes na sociedade, refletindo diferenças de acesso e necessidade de cuidados de saúde.
Uma análise detalhada da distribuição dos gastos com saúde revela padrões intrigantes sobre a equidade e eficiência dos sistemas de saúde.
A distribuição desigual dos gastos com saúde é um fenómeno bem documentado, e muitos sistemas de saúde reportam que uma pequena percentagem de pacientes, muitas vezes aqueles com doenças crónicas, são responsáveis por uma parcela desproporcional dos custos totais.
Geralmente observa-se que 30% do total dos gastos com saúde são atribuídos ao topo 1% dos pacientes. Quando dispersamos este foco e examinamos a metade superior da população, vemos que ela é responsável por 90% do total de despesas médicas. Esta distribuição indica uma concentração significativa de gastos num número relativamente pequeno de indivíduos.
Para colocar estes números em perspetiva, consideramos o gasto médio per capita em saúde em Portugal (ver Tabela abaixo). Com base nos dados da Conta Satélite da Saúde do INE, o gasto médio anual em Portugal em 2022 foi estimado em 72.848,38 € para aqueles no percentil mais alto de despesas. Por outro lado, aqueles na metade inferior de despesas custaram significativamente menos, aproximadamente 485,66 € por ano.
A média dos gastos estimada em 2.428,28 €, influenciada fortemente pelos valores extremamente altos do topo 1%, é claramente superior à mediana. A mediana, que representa o gasto na pessoa que está no meio da distribuição, com metade das pessoas gastando mais e metade gastando menos, é significativamente mais baixa do que a média devido à influência dos pacientes de topo. Este fenómeno estatístico evidencia a distorção causada pelos extremos na análise dos gastos com saúde.
Novas estratégias focadas na equidade
Para colocar estes números em perspetiva, consideramos o gasto médio per capita em saúde em Portugal (ver Tabela abaixo). Com base nos dados da Conta Satélite da Saúde do INE, o gasto médio anual em Portugal em 2022 foi estimado em 72.848,38 € para aqueles no percentil mais alto de despesas. Por outro lado, aqueles na metade inferior de despesas custaram significativamente menos, aproximadamente 485,66 € por ano.
A média dos gastos estimada em 2.428,28 €, influenciada fortemente pelos valores extremamente altos do topo 1%, é claramente superior à mediana. A mediana, que representa o gasto na pessoa que está no meio da distribuição, com metade das pessoas gastando mais e metade gastando menos, é significativamente mais baixa do que a média devido à influência dos pacientes de topo. Este fenómeno estatístico evidencia a distorção causada pelos extremos na análise dos gastos com saúde.
Em conclusão, a análise dos gastos com saúde revela uma realidade complexa de desigualdade e desafios para os sistemas de saúde. Enquanto uma pequena percentagem da população consome a maioria dos recursos de saúde, uma grande parte enfrenta desafios significativos de acesso e qualidade dos cuidados. Esta distribuição desigual dos gastos sublinha a importância de repensar as estratégias de saúde, com um foco maior na equidade, eficiência e na prevenção como meios de mitigar as disparidades e assegurar um sistema de saúde mais sustentável e acessível para todos.