5 Leituras #43: Obama, Merkel e outros temas atuais
Novo artigo da rubrica «5 Leituras», em que autores da Fundação sugerem a leitura de cinco artigos ou a visualização de vídeos publicados na internet, em língua portuguesa, espanhola ou inglesa.
No início de mais um ano, a FFMS pediu-me 5 sugestões de leitura na internet. Apenas um critério guiou os textos escolhidos: o prazer. Todas estas leituras proporcionaram-me momentos de prazer e também muitas aprendizagens.
Becoming Them
Artigo de James Wood para a New Yorker
Este artigo cruza alguns dos temas clássicos de James Wood: a mortalidade, o envelhecimento, e a teodiceia. Ao mesmo tempo é uma reflexão sobre como, quando crescemos, damos por nós a personificar os nossos pais em hábitos, maneirismos e posições na vida. Uma pequena pérola.(Para o Rui Costa Lopes)
Brontosaurs Whistling in the Dark
Artigo de Renata Adler na Lapham’s Quarterly
Uma americana filha de alemães, que buscaram refúgio no Novo Mundo durante a Segunda Guerra Mundial, vai à Alemanha para perceber como os alemães, agora receptores de refugiados, recebem e integram os refugiados actuais. Reflexão exemplar sobre os dilemas da Alemanha actual. Interessante perceber como, mesmo nascida nos Estados Unidos, se auto-identifica como alemã e como o sangue se sobrepõe à terra. À laia deste artigo, sugiro um excelente livro (que passou despercebido em Portugal), editado pela Relógio de Água em Novembro, Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai, de Jenny Erpenbeck.
My President was Black
Artigo de Ta-Nehisi Coates para a Atlantic
A promessa de uma América pós-racial é (ainda?) uma quimera. A eleição de um homem chamado Barack Hussein Obama parecia proclamar uma nova era. Todavia, o que se seguiu foi um retrocesso de enormes proporções. Neste artigo, Ta-Nehisi Coates produz aquela que é, para mim, a melhor reflexão sobre a raça, a clivagem primordial na política americana.
The Quiet German
Artigo de George Packer para a New Yorker
Quando se fizer a história das primeiras duas décadas do século XXI na Europa, Merkel figurará como personagem central. Todavia, o seu papel não é linear. Epítome do mal para muitos durante a crise do Euro, salvadora moral da Europa durante a crise dos refugiados, último bastião do liberalismo político actualmente. Provavelmente, Merkel nunca saiu do mesmíssimo sítio e do mesmo modo de decidir o melhor para o seu país. O mundo à sua volta é que gira a uma velocidade incrível. Este longo perfil, anterior à crise dos refugiados, oferece uma bela perspectiva sobre a sua história.
Let Them Eat Code
Artigo da equipa do Crimson
Um texto pequeno em tamanho, mas cheio de significado. Entre o divertido e o sério, este texto reflecte sobre o papel das Humanidades na Universidade no século XXI. Há uns tempos, o fundador do Facebook afirmou que ficou surpreendido com as implicações das redes sociais para a democracia, as relações sociais, e as sociedades. Provavelmente, se tivesse comido menos código e tido uma dieta mais à base de livros saberia que nada emerge num vácuo. Um debate sério que urge ter.
O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.