Cronologias

O edifício da administração da Universidade de Harvard é tomado por cerca de 300 alunos, a maioria membros do movimento Students for a Democratic Society. Durante o protesto, 45 estudantes serão feridos e 184 presos.

Fermín Monasterio Pérez é assassinado pela ETA em Bilbau (Espanha), tornando-se a quarta vítima da organização separatista basca.

Inauguração do novo edifício da Biblioteca Nacional, no Campo Grande, em Lisboa, junto à Cidade Universitária. O projeto era da autoria de Porfírio e António Pardal Monteiro, com a colaboração do designer Daciano Costa. O edifício tinha começado a ser concebido em 1952.

É divulgado o chamado «Manifesto de Lusaka», no qual 13 dirigentes de países da África Central e Oriental exprimem a sua disponibilidade para o diálogo, tendo como objectivo o fim da segregação racial, do apartheid e do colonialismo português. Os países signatários ofereciam a via do diálogo desde que os regimes da África do Sul, da Rodésia e de Portugal aceitassem cumprir os princípios básicos dos direitos humanos e das liberdades civis. Esta via conciliatória não será atendida pelas autoridades do Estado Novo.

Marcelo Caetano torna-se o primeiro presidente do Conselho do Estado Novo a visitar as colónias portuguesas. A visita inicia-se na Guiné a 14 de abril, a 15 o chefe do Governo aterra em Luanda e a 17 chega à Beira, em Moçambique. A 18 de abril, em Lourenço Marques, Marcelo Caetano pronuncia um discurso no qual defende um projeto de «autonomia progressiva» para as «províncias ultramarinas». Regressará a Lisboa a 21 de abril.

O Decreto-Lei n.º 48 962 reorganiza os serviços do Instituto de Meios Audiovisuais de Ensino, que passa a designar-se «Instituto de Meios Audiovisuais de Educação». O Decreto-Lei n.º 48 963 regula o funcionamento da Telescola, destinada à realização de cursos de radiodifusão sonora e televisão escolares.

O Presidente da República e os ministros da Educação, Justiça e Obras Públicas deslocam-se a Coimbra para inaugurar o novo edifício de Matemáticas na Cidade Universitária. Apesar do forte dispositivo policial, são recebidos por milhares de estudantes que empunham cartazes defendendo a «democratização do ensino» e o «diálogo». Durante a sessão de inauguração, o representante dos estudantes, Alberto Martins, pretende tomar a palavra e é impedido de falar. A comitiva de Américo Tomás abandona rapidamente o edifício entre vaias e gritos. A imprensa só noticiará estes acontecimentos a 23 de abril numa nota do gabinete do ministro da Educação José Hermano Saraiva.

Em Lisboa, concerto no Cine-Teatro Tivoli com a violoncelista Karine Georgian e o pianista Vladimir Krainev.

Alberto Martins, presidente da direção-geral da AAC, que tentara falar na sessão solene da inauguração do edifício de Matemáticas, é preso de madrugada pela PIDE. Ocorrem incidentes com estudantes que protestam contra a sua prisão. Tem início a chamada «crise académica» de 1969. Em sucessivas assembleias, no final de abril, é decidida a greve às aulas e mais tarde aos exames.