Cronologias

O Decreto-Lei n.º 48 242 dá nova redação a várias disposições do Estatuto dos Tribunais do Trabalho de modo a dotá-los com os meios suficientes para responderem ao constante aumento de processos.

O Decreto-Lei n.º 48 254 regula as condições para a admissão à Academia Militar, para futuro ingresso nos quadros permanentes das armas e serviços, de oficiais milicianos.

Uma lista não afeta ao regime vence as eleições realizadas para a direção do sindicato dos Bancários de Lisboa.

Reaparece nas bancas o jornal vespertino A Capital. O seu primeiro director foi Norberto Lopes, sendo director-adjunto Mário Neves. Ambos tinham antes trabalhado no Diário de Lisboa. A Capital seguirá uma tendência vagamente republicana e pouco comprometida com o regime. Eram principais acionistas a CUF e os Bancos Espírito Santo e Borges & Irmão.

Estreia em Portugal da ópera Os Troianos, de Hector Berlioz, no TNSC, com Suzanne Sarroca, Guy Chauvet e Danielle Millet.

José Magalhães Godinho, advogado de Mário Soares, requer o habeas corpus para o seu constituinte, para que o Supremo Tribunal de Justiça se pronuncie sobre a legalidade da sua prisão.

Manifestações em Lisboa e Porto contra a Guerra do Vietname e a Guerra Colonial. Em Lisboa, os protestos decorreram em frente da Embaixada dos EUA. Foram ambas organizadas por estudantes universitários e estruturas associativas. A polícia reprimiu os manifestantes e efetuou várias detenções. A polícia de choque usa cães pela primeira vez, apanhando de surpresa os manifestantes. Destas movimentações nasceria a Esquerda Democrática Estudantil (EDE), a qual estaria na génese do MRPP, ambos de linha maoista.

Mário Soares, Urbano Tavares Rodrigues e Francisco de Sousa Tavares (estes presos depois do primeiro, mas também devido ao escândalo dos ballets rose) são libertados pela PIDE, sem que qualquer processo seja remetido a tribunal. A 19 de março, e por decisão do Conselho de Ministros do dia anterior, Mário Soares é novamente detido pela PIDE, sendo-lhe comunicado que lhe foi fixada residência na ilha de São Tomé. Regressa a Lisboa a 10 de novembro, já durante o Governo de Marcelo Caetano, depois de oito meses de exílio forçado.

Récita da ópera Os Pescadores de Pérolas, de Georges Bizet, no TNSC, com Christiane Eda-Pierre, Alain Vanzo e Gabriel Bacquier.