Cronologias

Dos inúmeros conflitos laborais no mês de setembro, destacam-se os ocorridos nos Jornal do Comércio, TAP, J. Pimenta, pescadores, taxistas, Lisnave, Rádio Renascença e em todos os jornais de Lisboa e Porto.

Entre setembro e outubro de 1974 foram publicados os primeiros quatro números da revista pornográfica Gina: Histórias Sexy Internacionais. Foram vendidos cerca de 150 mil exemplares. A pornografia era fortemente reprimida durante o Estado Novo e circulava de forma clandestina. Ano e meio depois do 25 de abril, havia mais de dez revistas do género em Portugal. A Gina terminará a sua publicação em 2005, devido à concorrência da pornografia na Internet.

O PS considera que a recente lei da greve, Decreto-Lei n.º 392/74, de 27 de agosto, é merecedora de duras críticas.

Prossegue a assinatura de convenções de trabalho entre organizações sindicais e a ALA – no Couço, Almeirim e Benfica do Ribatejo.

Uma sabotagem da via férrea na linha da Beira Alta provoca um acidente ferroviário sem vítimas mortais.

Decorre a terceira edição do Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz.

Libertação dos antigos ministros de Marcelo Caetano, César Moreira Baptista (Interior) e Joaquim da Silva Cunha (Defesa Nacional).

É assinado o Acordo de Lusaca com a FRELIMO. Este acordo determina um cessar-fogo em Moçambique, confere base legal à independência da República Popular de Moçambique (prevista para 25 de junho de 1975), prevendo ainda a criação de um Governo provisório de transição, chefiado por um alto-comissário português, a partir de 17 de setembro de 1974. Será ratificado pelo Presidente da República a 8 e publicado a 9 de setembro. Os primeiros encontros em Lusaca entre a representação portuguesa e a FRELIMO tinham ocorrido a 6 de junho.

Revolta de colonos e elementos militares contrários ao processo de descolonização em Lourenço Marques e na Beira, tendo-se registado a ocupação do Rádio Clube de Moçambique e a libertação de agentes da PIDE/DGS da prisão da Machava. Na capital e na Beira, parte da população branca revoltou-se contra os termos do Acordo de Lusaca. Segundo a Frelimo membros de outros movimentos políticos moçambicanos como Lázaro Khavandame, Joana Simião e Uria Simango estariam do lado dos rebeldes. Os números oficiais falam em 100 mortos e 20 feridos. Depois dos confrontos assistiu-se a uma vaga de deslocações de colonos para a África do Sul e Rodésia.