Cronologias

Otelo Saraiva de Carvalho critica na RTP, o VI Governo Provisório e Jaime Neves, contrariando a nomeação de Vasco Lourenço para comandante da Região Militar de Lisboa pelo Conselho da Revolução.

A Intersindical convoca uma greve geral de duas horas para a Cintura Industrial de Lisboa.

Realiza-se, em Rio maior, um plenário de agricultores organizado pela CAP. Defende-se o afastamento do secretário de Estado da Reorganização da Estrutura Agrária, António Bica, e dos técnicos do Instituto de Reorganização de Santarém. Uma comissão desloca-se a Lisboa para apresentar as reivindicações ao Conselho da Revolução. São cortados os acessos a Lisboa.

Reunião do Conselho da Revolução. Vasco Lourenço é confirmado comandante da Região Militar de Lisboa. É extinta a SCDI.

Movimentações por parte de unidades militares afetas à esquerda radical. Durante a tarde, os pára-quedistas de Tancos ocupam as bases aéreas de Tancos, Monte Real, Montijo e Ota, bem como o estado-maior das Forças Armadas. O RALIS assume posições nos acessos à auto-estrada do Norte, no Aeroporto da Portela e em Beirolas. As forças da Escola Prática de Administração Militar ocupam a RTP, é tomado o Comando da 1.ª Região Aérea e a Polícia Militar controla a Emissora Nacional.

O Estado-maior General das Forças Armadas emite uma nota avisando os sublevados de que será usada força para restabelecer a ordem pública e o Presidente da República dirige-se ao país pela rádio e pela RTP, decretando o «estado de sítio parcial» na região do Governo Militar de Lisboa. As emissões da RTP e Emissora Nacional são interrompidas e passam a realizar-se a partir do Porto. O Rádio Clube Português suspende a emissão. O país assiste à súbita interrupção da alocução televisiva de Duran Clemente, um dos oficiais revoltosos.

As tropas rebeldes que ocupavam Monsanto rendem-se ao Regimento de Comandos da Amadora.

O Decreto n.º 670-A/75 declara o estado de sítio na Região Militar de Lisboa, suspendendo parcialmente as garantias constitucionais e assumindo as autoridades militares a superintendência sobre as autoridades civis e os serviços de segurança. Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 670-B/75, do mesmo dia, determina o encerramento de todos os bancos e instituições de crédito, suspendendo todas as suas atividades.

Apesar de algumas equipas permanecerem no terreno até ao início de 1976, terminam oficialmente as Campanhas de Dinamização Cultural e ação Cívica do MFA, com a extinção da Comissão Dinamizadora Central. As campanhas tiveram a duração de cerca de um ano, atuando de 25 de outubro de 1974 a 26 de novembro de 1975. Segundo fontes da chamada 5.ª Divisão do MFA, foram realizadas cerca de 10 000 sessões de esclarecimento em todo o país, que normalmente integravam, também, a apresentação de uma peça de teatro ou a projecção de um filme.