Cronologias

Realiza-se uma manifestação da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) em Santarém, seguida de uma contramanifestação das Unidades coletivas de Produção e cooperativas agrícolas. Eclodem confrontos violentos junto ao Centro Regional da Reforma Agrária e nas artérias centrais desta cidade, causando dois mortos e 22 feridos.

Debate televisivo entre Mário Soares e Álvaro Cunhal onde é já visível uma divisão profunda entre ambos. Para um amplo setor da opinião pública, Soares é o «vencedor» deste debate que dura cerca de três horas.

Um despacho procede à classificação das pequenas e médias empresas industriais

Incapaz de resolver o imbróglio gerado, o Conselho da Revolução ordena a destruição à bomba do centro emissor da Rádio Renascença, na Buraca, em Lisboa, operação que veio a gerar um conflito interno no corpo de pára-quedistas. A 10 de novembro, a comissão de gerência da Rádio Renascença emite um comunicado sobre a destruição do emissor, pelo qual o episcopado pedirá uma indemnização de quatro mil contos.

Manifestação de apoio ao Governo no Terreiro do Paço, organizada pelo PS e PPD e transmitida pela RTP. Os incidentes finais com a Polícia Militar popularizaram a frase com que Pinheiro de Azevedo procurou tranquilizar a multidão: «É só fumaça! O povo é sereno!»

Uma resolução do Conselho de Ministros nomeia um grupo de trabalho interministerial para as negociações com a África do Sul e Moçambique sobre a venda de energia produzida em Cabora Bassa.

Com 72 votos a favor, 35 votos contra e 32 abstenções, a Assembleia Geral das Nações Unidas adopta a Resolução 3379 que descreve o sionismo como «uma forma de racismo e discriminação racial». A Resolução 3379 será revogada em 1991 pela Resolução 46/86.

O Decreto-Lei n.º 614/75 prevê a concessão de benefícios fiscais em caso de concentração de empresas intervencionadas pelo Estado.

É publicado o Decreto-Lei n.º 618/75 que nacionaliza cerca de 350 hospitais pertencentes às Misericórdias, a esmagadora maioria de pequena dimensão e pouco equipados, representando 38% da rede hospitalar portuguesa. Somente a 12 de dezembro de 1980 o Estado e as Misericórdias chegariam a acordo quanto às indeminizações. As Misericórdias portuguesas abandonaram o setor da saúde e reconverteram-se em centros de apoio social. Em dez anos, seriam fundadas centenas de lares de idosos, centros de dia, unidades de apoio domiciliário, infantários, atividades de tempos livres, creches, etc.