A
A
mesas e cadeiras numa sala de aula

Que Ciência se aprende na escola?

O que será que os nossos alunos aprendem em Ciências na educação básica? Que desenvolvimento científico é promovido nos documentos oficiais, nos manuais escolares e nas salas de aulas? Quais as consequências dessa formação científica na educação dos alunos? Conheça a resposta a estas e outras questões neste estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
3 min
Documentos
mesas e cadeiras numa sala de aula
Que Ciência se aprende na escola?

As ciências estão omnipresentes no nosso dia a dia. Em casa, na rua, no lazer, no trabalho, nos meios de comunicação social, todos nós não só ouvimos falar de ciência como vemos e usamos objetos resultantes de ciência. Por vezes, somos interpelados sobre questões como as alterações do clima, a redução da poluição, o tratamento adequado de resíduos, o custo da energia, a localização de uma barragem, cujas respostas fundamentadas exigem conhecimentos científicos. Apesar da sua presença constante e da sua reconhecida relevância, as ciências não têm sido devidamente valorizadas no nosso sistema educativo. Um indicador dessa afirmação reside no facto de a aprendizagem nesta área não ser atualmente avaliada por exames nacionais externos em todos os ciclos na educação básica (se excetuarmos o caso da Matemática, que alguns não consideram uma ciência por não ter necessariamente uma base empírica). Faz sentido, por isso, conhecer o tipo de ciência que se está a ensinar nas nossas escolas.

Com este estudo, coordenado por Margarida Afonso, a Fundação Francisco Manuel dos Santos procurou fazer e dar a conhecer uma análise do ensino das ciências no ensino básico, centrado num indicador muito importante para conhecer a qualidade do sistema educativo – a exigência conceptual:

• Estarão os alunos portugueses a receber uma educação que lhes dê conhecimentos e capacidades de grande complexidade e abstração e ainda fortes relações entre esses conhecimentos?
• Estarão os alunos portugueses a receber uma educação que estimula apenas saberes meramente factuais e capacidades de nível elementar, como a simples memorização?
• Estarão os nossos alunos a receber uma educação que os induz a verem a ciência como um conjunto de factos avulsos, consistindo o seu trabalho cognitivo na memorização de um conjunto de nomes e factos, mais ou menos pormenorizados, mas em geral desconexos?
• Estarão os nossos alunos a receber uma educação que lhes dá acesso a conhecimentos complexos, generalizações, formas de pensamento abstrato, capacidades de sintetização, planificação, argumentação e criação?

Com este estudo, a Fundação procura contribuir para um melhor conhecimento da realidade da educação científica em Ciências da Natureza/Ciências Naturais nos primeiros nove anos de escolaridade em Portugal (que formam o chamado “ensino básico”), que constituem o alicerce dos desenvolvimentos futuros das crianças e dos jovens, e assim identificar problemas e ajudar pais, professores, autores, políticos e decisores a encontrarem linhas de atuação que permitam superar esses mesmos problemas.

Nos contextos de avaliação há menor exigência conceptual do que nos contextos de aprendizagem: a avaliação nos manuais mostra, de um modo geral, unidades de avaliação com conceptualização mais baixa do que as unidades do texto que transmitem o respetivo conteúdo científico.
Coordenadora
Acessos rápidos
Documentos
mesas e cadeiras numa sala de aula
Portuguese, Portugal