A adesão de Portugal à União Europeia, em 1986, melhorou a vida dos portugueses e permitiu estreitar laços com os parceiros europeus.
Como estaria o país se não integrasse a UE? «Num estado de desenvolvimento muito atrasado», garante Gonçalo Lobo Xavier, que dirige a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.
Além de ter alterado e dinamizado a estrutura da economia portuguesa, a integração na UE foi também o fator mais importante de mudança «da própria posição de Portugal no mundo», explica João Nogueira Martins, chefe de unidade na Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia.
Desde então, a integração europeia moldou as políticas nacionais e impulsionou o desenvolvimento económico, social e ambiental. E se o país se modificou ao longo deste tempo, a UE também está diferente, enfrentando novos desafios: a guerra na Ucrânia, o alargamento a novos países, a ascensão de populismos, mas também o os fluxos migratórios ou as relações com a China.
As decisões tomadas em Bruxelas têm um impacto direto e significativo na vida dos cidadãos, mas, apesar europeístas, os portugueses revelam baixa participação eleitoral nas eleições europeias: em 2019, menos de 30% do eleitorado português foi às urnas. Estes dados mostram «alheamento, desinteresse e também uma certa falta de consciência de cidadania europeia», sublinha a cientista política Marina Costa Lobo.
Mas é precisamente na escolha destes representantes europeus, que o país pode exercer a sua influência e moldar o seu futuro na Europa. «Não somos nós e a Europa. Nós somos a Europa e devemos ter uma participação ativa nos processos de decisão», alerta Bruno Cardoso Reis, subdiretor do Centro de Estudos Internacionais do Iscte-IUL.
O novo documentário da Fundação «Portugal na Europa - Raízes e Horizontes», co-produzido com a RTP e com apresentação do jornalista Carlos Daniel, explora a trajetória e o papel de Portugal e dos portugueses na construção da Europa.
Documentários da Fundação Francisco Manuel dos Santos coproduzidos com a RTP.