Mobilidade social em Portugal
Nos últimos anos, os aspetos de desigualdade económica e social têm merecido acrescida atenção. A mobilidade económica e social, ou a falta dela, numa sociedade, é sentida como um elemento da justiça social. Este estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, da autoria de Teresa Bago d’Uva e Marli Fernandes, procura avaliar, de forma quantificada e o mais rigorosa possível, o grau de mobilidade económica e social em Portugal, ou seja, em que medida a posição social e económica dos pais não determina a posição social e económica dos filhos.
Usando informação sobre pais e filhos de inquéritos existentes e rotineiramente recolhidos, este estudo (re)constrói o movimento temporal da posição social de diferentes gerações, debruçando-se sobre questões como:
- a relação entre o nível de escolaridade e a categoria profissional, entre pais e filhos;
- a relação entre estas duas medidas de estatuto socioeconómico do pai e o rendimento familiar dos filhos;
- a mobilidade intergeracional nos rendimentos familiares e nos salários;
- o grau de igualdade de oportunidades que prevalece na sociedade;
- a incerteza em torno das trajetórias de rendimentos;
- a mobilidade intrageracional em Portugal e em comparação com a União Europeia entre 1995 e 2000, e 2003 e 2013.
Com a publicação deste estudo, a Fundação Francisco Manuel dos Santos procura contribuir com cuidadas análises empíricas para a expansão do conhecimento sobre a mobilidade social em Portugal, servindo também de complemento a estudos anteriorrmente promovidos pela Fundação, especialmente “Desigualdade económica em Portugal” e “Desigualdade do rendimento e pobreza em Portugal”, coordenados por Carlos Farinha Rodrigues.