No último debate deste Encontro, estiveram em palco os especialistas sobre segurança social Bruno Palier e Joakim Palme, com moderação pela jornalista Emma Duncan. Palme começou por dizer que o sistema de pensões português «é a estrela da Europa do Sul, sobretudo pela feminização do trabalho», e Palier descreveu o modelo de segurança social português como «típico da Europa do Sul, na medida em que a fatia do apoio aos pensionistas é muito alta (por motivos históricos) e pouco resta para apoio às crianças e à natalidade». Na medida do possível, porém, «a melhor solução para a segurança social é apoiar as crianças, levá-las a estudar mais e a viverem melhor. E apoiar as mulheres a participarem mais no mercado laboral». A igualdade de género no mercado laboral é, aliás, «uma revolução por terminar», afirmou Joakim Palme.
Palier e Palme apontaram ainda o dedo a quem detém uma grande fatia do capital e dos rendimentos em países desiguais como Portugal. «Quem recebe maiores salários justifica-se perante si mesmo pensando que trabalha numa área muito produtiva e que é mais produtivo do que os outros. Mas deveria pensar se parte importante da sua produtividade não advirá do apoio que tem da parte de outras pessoas que recebem salários bem menores. Porque pensando nisso veria a importância de maior redistribuição», considerou Bruno Palier. No que toca ao capital, «se quisermos taxá-lo mais para ajudar a financiar a segurança social, teremos de agir a nível europeu, cooperativamente. E os países europeus em geral estão a agir em separado», lamentou Joakim Palme.
Conferências que reúnem os maiores especialistas nacionais e internacionais sobre temas que vão da ética à política, das mulheres aos jovens, da segurança social ao envelhecimento, da economia à ciência e ao universo.