5 Leituras #19, por Alexandre Homem Cristo: Educação fora-da-caixa
Novo artigo da rubrica «5 Leituras», em que um autor da Fundação sugere a leitura de cinco artigos ou a visualização de vídeos publicados na internet, em língua portuguesa, espanhola ou inglesa. Desta vez publicamos as sugestões de Alexandre Homem Cristo, autor do estudo «Escolas para o Século XXI».
How to escape education’s Death Valley
TED Talk de Ken Robinson
(Em língua inglesa)
A diversidade e o pluralismo são a chave para desenvolver um sistema educativo capaz de responder, nas escolas, às necessidades dos diferentes alunos. Esta ideia está cada vez mais enraizada no debate público, na literatura académica e nos relatórios internacionais de Educação. No entanto, prevalece um grande desconhecimento sobre as (profundas) implicações desta ideia para a organização de um sistema educativo, e há várias resistências institucionais à mudança – com forte impacto prejudicial nos jovens. Ken Robinson, um comunicador exímio, expõe o problema tendo como referência o sistema educativo dos EUA. A reflexão é, naturalmente, válida para o caso português.
A Republic in the Atlantic
Miguel Monjardino para o City Journal
(Em língua inglesa)
Qual é a missão da Educação: a aquisição de competências (preparar para o mercado de trabalho) ou a formação de indivíduos livres (preparar para a vida)? Ambas – talvez seja esta a resposta mais ponderada. Mas, no debate das políticas públicas de educação, a dimensão humanística e liberal (no sentido de educar para a liberdade) é demasiadas vezes posta de parte. Este ensaio, sob forma de relato do professor Miguel Monjardino sobre um curso de Verão com alunos seus nos Açores, é um testemunho na primeira pessoa sobre o poder da educação liberal, sobre a herança dos clássicos gregos, sobre como a educação deve despertar para a imensidão do mundo. E, involuntariamente, sobre como um bom professor pode marcar positivamente a vida dos seus alunos.
Why Parents Make Flawed Choices About Their Kids' Schooling
Gail Cornwall para The Atlantic
(Em língua inglesa)
O debate sobre a liberdade de escolha da escola faz-se, usualmente, em dois planos principais. O primeiro diz respeito à concretização técnica dessa liberdade no sistema educativo – em que escolas se aplica, quais os critérios preferenciais de selecção de alunos, quais os mecanismos de transparência usados. O segundo foca-se na utilização que os pais fazem dessa liberdade – como escolhem as escolas dos seus filhos, a que informação recorrem, qual o impacto da informação nas suas escolhas. Geralmente, discute-se muito o primeiro plano e esquece-se o segundo – mas este é fundamental para se desenhar políticas públicas eficazes. Neste artigo da The Atlantic, revela-se a forma pouca informada como os pais têm tomado as suas decisões, mesmo quando o problema não é a escassez de informação. Um desafio para as políticas públicas, incluindo em Portugal, onde se espera para breve uma revisão do sistema de matrículas, no sentido de atribuir às famílias maiores graus de escolha na rede pública.
This may be the best way to train teachers, but can we afford it?
Sarah Gonser para The Hechinger Report
(Em língua inglesa)
Como melhorar a formação dos professores? Da perspectiva das políticas públicas, a pergunta é determinante – a investigação mostra que a qualidade do professor tem um impacto muito elevado nas aprendizagens dos alunos. Mas é igualmente difícil de dar uma resposta única e apontar o caminho a seguir. Um pouco por todo o mundo, novos programas de formação têm sido testados e os seus resultados analisados. Este artigo, referente à Seattle Teacher Residency (uma experiência de formação de professores de elite nos EUA), mostra bem os dilemas desse desafio.
What could the UK government do to get the most out of educational technology?
Geoff Mulgan para a NESTA
(Em língua inglesa)
É um tema quente, que atrai as atenções e justifica milhões de euros de investimento: trazer a tecnologia para a educação. Mas é um tema que deve começar por um conjunto de perguntas de partida – qual o objectivo da inovação tecnológica, como garantir que a sua utilização tem mais-valia educativa, como preparar os professores para alterar as suas salas-de-aula, como avaliar os resultados destes programas? Nenhum das questões tem resposta certa, pelo que as perguntas servem sobretudo para enquadrar um debate necessário no âmbito das políticas públicas de educação. Foi para esse debate que a NESTA (uma fundação britânica para a inovação) contribuiu no Reino Unido, sendo este um exemplo de boas práticas na relação entre as autoridades públicas e a sociedade civil no desenho de políticas públicas.
O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.