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5 Leituras #11 (David Marçal): Como se fabricam os «factos» alternativos das alterações climáticas

5 Leituras #11 (David Marçal): Como se fabricam os «factos» alternativos das alterações climáticas

Sugestões de leitura de David Marçal, autor do livro «Pseudociência». Novo artigo da rubrica «5 Leituras» da Fundação.
3 min
Novo artigo da rubrica «5 Leituras», em que um autor da Fundação sugere a leitura de cinco artigos publicados na internet, em língua portuguesa, espanhola ou inglesa. Desta vez publicamos as sugestões de David Marçal, o autor de «Pseudociência».

 

Oregon Petition
Artigo na Wikipedia
(Em língua inglesa)

Um dos primeiros exemplos significativos da fabricação de factos alternativos em torno das alterações climáticas foi a Petição do Oregon que, em 1998, pedia ao governo dos Estados Unidos para rejeitar o Protocolo de Quioto. Defendia a existência de “provas científicas substanciais de que o aumento de dióxido de carbono na atmosfera poderá ter um efeito benéfico nos ambientes vegetais e animais da Terra.” Assinada por 31 000 pessoas, alegadamente 9000 delas doutoradas, foi uma tentativa clara de criar a falsa ideia da existência de uma controvérsia científica.

Climate Controversy and AEI: Facts and Fictions
Artigo de Christopher DeMuth, presidente do
 American Enterprise Institute
(Em língua inglesa)

No início de 2007 o American Enterprise Institute, uma organização financiada pela petrolífera ExxonMobil, contactou cientistas climáticos e ofereceu-lhes 10 000 dólares para escreverem críticas avulsas ao relatório do painel das Nações Unidas para o clima (IPCC) que haveria de ser apresentado mais tarde nesse ano. Cientistas (como David Viner, da Universidade de East Anglia) denunciaram a situação. No sítio do American Enterprise Institute está a descrição do caso, assim como os textos das cartas enviadas aos cientistas pelos representantes do American Enterprise Institute. É uma perspectiva naturalmente parcial, do “acusado”. Mas apesar disso (ou por isso!) bastante interessante.

Quantifying the consensus on anthropogenic global warming in the scientific literature
Vídeo de John Cook, o autor do paper com o título acima
(Em língua inglesa)

Apesar da ideia errada passada por vezes pelos meios de comunicação de que há uma controvérsia científica acerca das alterações climáticas, sucessivas análises da literatura científica têm mostrado que há um consenso entre cientistas que estudam o clima.

On the Influence of Carbonic Acid in the Air upon the Temperature of the Ground
Artigo sobre Svante Arrhenius no Earth Observatory da NASA
(Em língua inglesa)

O químico sueco Svante Arrhenius (1859-1927) foi o primeiro a criar um modelo quantitativo para a relação entre a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e o clima, em 1895. A ideia de uma conspiração para inventar a responsabilidade humana nas alterações climáticas implicaria tantos conspiradores ao longo de tanto tempo que é completamente absurda.

Trends in Atmospheric Carbon Dioxide
Página do Earth System Research Laboratory da NOAA
(Em língua inglesa)

O dióxido de carbono é um gás raro, mas a sua concentração na atmosfera é importante por causa da sua capacidade para absorver calor emitido pela Terra. Em 1959, em cada 1.000.000 de moléculas de ar seco havia 316 moléculas de dióxido de carbono por (316 ppm - partes por milhão). Em 2014, escrevi no meu ensaio Pseudociência que tínhamos atingido os 398 ppm de dióxido de carbono na atmosfera. Nesta página poderá ver qual o valor medido nos últimos dias.

David Marçal é autor de «Pseudociência», um ensaio publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.

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